domingo, 23 de janeiro de 2011

First weeks in Sri Lanka


 Fala galera, beleza?

Estou aqui na minha terceira semana no Sri Lanka. Durante os três primeiros dias eu fiquei na casa de um menino da AIESEC, chamado Tharidha. Mais uma vez muito bem recebido.

Casa em que fiquei nos primeiros dias.
Aqui muita gente fala inglês. Os filmes são todos em inglês com legendas em inglês. Os livros são também em inglês e todo o sistema educacional também, ou seja, quem tem acesso a educação aqui fala inglês melhor que grande parte dos brasileiros! As vezes acaba sendo um pouco difícil entender o sotaque, mas de resto, é tranquilo!

Quem não tem um nível alto de educação acaba por falar inglês muito pouco, mas todos são muito simpáticos e prestativos. Pelo menos na capital, não se vê vestígios de um país que saiu, em 2009, de uma guerra civil que durou 26 anos. O Sri Lanka também foi um país que pertenceu à Inglaterra durante certo tempo, então cricket, rugby, badminton  e dirigir do lado direito também é comum aqui, tal como na Índia.

No centro de Colombo tudo é urbanizado. A cidade é ótima. Eu moro no centro, próximo à principal avenida, a duas quadras do mar e da ferrovia, com acesso fácil a shopping center, farmácia, restaurante, hospital, cinema, bancos, etc. No entanto, em zonas mais afastadas, tudo parece ficar mais rural. Eu me sinto como se tivesse no Brasil colonial, uma coisa meio estilo Cuba, meio que voltando no tempo, sei lá. A primeira casa que eu fiquei era uma casa grande, com relógio de pêndulo, e aqueles móveis bem antigos, feitos de madeira maciça e escura, cercado de estradas de chão, bananeiras, coqueiros e umas coisas roots power totalis! Eu evito ir pra zonas mais pobres da cidade, mas até mesmo nessas zonas todos parecem ser muito inofensivos. As pessoas realmente são extremamente humildes e passam a impressão de serem extremamente inocentes (e isso é um fator bastante positivo). Procuram te ajudar onde quer que você vá e estão sempre sorridentes.

Poucas garotas saem à noite, ou seja, só podem sair com o namorado enquanto ainda há luz do dia. O esquema é mais ou menos assim: se você está afim de uma garota, tem que chamar ela pra sair, nunca dar um beijo no primeiro encontro, e sempre deve chamar pra almoçar, ou pra um café, nunca um cinema ou um jantar. Ainda assim, existem as baladas daqui, que não são muitas e que são frequentadas por algumas garotas nativas, as "descoladas" que fumam, bebem, e que seu pai (caso você seja um sri-lankan) normalmente não gostaria que você namorasse. Enfim, existem exceções pra tudo.

O trabalho também está ótimo. Fui apresentado a todos os executivos da empresa, e todos se mostram bastante interessados em conhecer sobre o Brasil, então fiz uma apresentação pra todos eles sobre o Brasil. Esses dias mesmo eu estava bem à toa na empresa e resolvi dar uma volta na casa das caldeiras. Eis que o técnico trabalhava lá há vinte anos nem mesmo falava inglês, mas se esforçou ao máximo com o pouco que sabia pra me mostrar tudo, abriu a fornalha, me levou por tudo  pra ver como tudo funcionava, e se esforçava bastante pra se comunicar comigo, mesmo que em palavras chaves em inglês. É engraçado quando você passa e todo mundo te dá aquele olhar: "Ah, veja só, o brasileiro!" haha, mas é legal porque você acaba recebendo umas bajulações extras. A galera daqui tá sempre sorrindo, então principalmente na empresa, eu tenho  que andar com o sorriso metálico no rosto o tempo todo.
A caminho do trabalho.

Por outro lado, o trabalho tem sido cansativo, mas muito bom. Eu acordo todos os dias às 5:10 e chego em casa às 19:10, então durante os dias da semana é chegar, comer algo, tomar banho, acessar algo rápido na internet e cair na cama. Pelo menos até eu me acostumar com o ritmo aqui vai ser assim.
Festa do Sari e Sarong

Os finais de semana tem sido bons. Eu moro com quatro gringas, uma grega, uma russa, uma polonesa e uma taiwanesa. A polonesa na real tá caindo fora, então logo logo chega um eslováquio. Entre os outros gringos que saem com a gente, temos um marroquino, uma marroquina, uma turca, um suiço, três ingleses, uma chinesa, uma cazaquistanesa, outra russa, um belga, um colombiano, e mais uma galera que é daqui mesmo, então todo fim de semana tem algo diferente pra fazer.

Eu e Hara, uma grega que mora comigo.
House party
Em breve vamos ter aqui a Copa Mundial de Cricket, e um amigo meu vai tentar descolar um ingresso for free, Sri Lanka X Austrália.

Abaixo eu vou colocar algumas fotos, o resto vocês podem checar no meu picasa: http://picasaweb.google.com/heliomathias/

Té mais galirous!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

bombay new year's eve!

Fala galera, beleza?
Eis que estou abrindo esse blog pra manter contato, e dizer como andam as coisas por aqui em Colombo, Sri Lanka e por toda as viagens que vou fazer durante esse tempo no sudeste asiático. Pra quem não sabe, irei passar 6 meses fazendo estágio em uma indústria têxtil chamada Hayleys MGT, na cidade de Colombo, no Sri Lanka. Depois de deixar o país no dia 27 de dezembro, no dia 3 de janeiro eu finalmente estou conseguindo tirar um tempo pra escrever algo. Os últimos dias foram bastante cheios e com muita coisa nova pra conhecer.
Eu cheguei em Mumbai no dia 29 de dezembro, perto da meia-noite. O vôo havia saído de Foz do Iguaçu, com parada em Curitiba e escala em São Paulo e África do Sul. Vôo tranqüilo, imigração tranqüila, galera gente fina no avião, coisa e tal, tal e coisa. Coincidentemente, um conhecido da AIESEC em Maringá estava no mesmo vôo, então os tempos de espera nos aeroportos não foram tão ruins quanto eu esperava. Fui recebido em Mumbai por um amigo indiano da AIESEC chamado Hari, que conheci em Lima, no Peru.


Fomos direto pra casa de um amigo dele, chamado Ram. Fomos com aqueles táxis chamados de rickshaw, a opção mais barata. Durante as 6 noites e 5 dias que passei em Mumbai, fiquei hospedado em 3 casas diferentes de amigos deste meu amigo, e fui recebido muito bem em todas elas.


 Rickshaw


A Índia é um país pobre, porém às vezes é difícil discernir entre a pobreza e a humildade das pessoas. Todos aqui são muito humildes e super tranquilos. O país possui alguns resquícios da colonização inglesa. Dirigem no lado direito, jogam cricket, falam inglês muito bem, porém com um acento exageradamente forte, como se fossem meio que jamaicanos, sei lá. Além disso, existe também o que conhecemos de praxe (ou não), que eles comem com a mão, não utilizam papel higiênico, são em sua maioria hindus, se vestem de maneira diferente, entre outros. E de fato dá pra passar alguns apuros com isso. Comer arroz com a mão não é uma tarefa muito fácil, e eu particularmente fiquei meio constrangido de fazer isso, mas deu tudo certo. Quanto a não usar papel higiênico... bem, você pode comprar nas farmácias. O único problema é que eles não tem lixeiro no banheiro, então ou você joga o papel no vaso, ou você guarda, ou sei lá, você come, se preferir. Cada um com as suas escolhas.


A comida aqui é bem apimentada, como já se sabe, e uma das coisas mais apimentadas que eu comi foi pani puri, basicamente uma casca de pão-de-queijo, oca por dentro, com uma água com vegetais e muita pimenta. Mas bem, o que eu não sabia, é que na maioria das vezes eles nem sabem o que estão comendo. Dizem que deve ser algum molho de alguma coisa com alguma especiaria. Então eu perguntei: “E se fizerem um molho com maionese, grama e muita pimenta?”. Eles disseram que reconheceriam que é grama. Eu duvido, já que eles nunca sabem o que estão comendo, mas tudo bem.


 Pani-puri


Bem, agora se existem duas coisas bizarras que aconteceram comigo, a primeira delas foi com um eunuco. Os eunucos na Índia compõem a mais baixa casta e vivem isolados da sociedade. São pessoas que podem ter nascidos com determinada deformação nos testículos e foram castrados, podem ter sido castrados voluntariamente, entre outros. Eis que grande parte deles acabam por se vestir como mulheres e se prostituem, ou vivem pedindo esmolas, abordando as pessoas de maneira extremamente inconveniente. Eis que estava eu e Ram durante o dia num rickshaw (táxi de três rodas). De repente, escuto Ram dizer: “Oh shit, you gonna get pissed of with that, oh shit, dude, whatta fuck!”, com aquele sotaque que vocês já devem imaginar. O eunuco se aproximou do táxi e começou a passar a mão na perna do guri, no peito, e ele rapidamente tirou 10 rúpias da carteira e deu pro eunuco, que logo então caiu fora. Essa é a maneira deles de pedir esmolas. Se você não dá o dinheiro, ele continua te acariciando e falando asneiras, e pode ainda ficar irritado, acabando por rogar uma maldição em meio a um grande escândalo. Sim, altamente bizarro.


 Eunucos


A segunda coisa foi tentar aprender a dizer “Enfie o pinto de um elefante na sua bunda”. Pra quem está surpreso com isso, a juventude indiana, ao menos a que eu conheci, é muito similar à juventude ocidental. Eles fazem os mesmos tipos de piadas, gostam dos mesmos tipos de músicas, são cabeça aberta, gostam de beber (ainda que escondido dos pais), fazem festas (ainda que em casas fechadas e sempre entre amigos, quase nunca em clubes), entre outros. Bem, não tive muito sucesso ao tentar dizer essa frase. A frase começava com “Gand...”, eu acabei por soltar “Gandhi...”, e no fim acabei dizendo que tinha um pinto de elefante na bunda de Gandhi, o que é algo nada legal pra se dizer a um grupo de indianos. Eu acabei ficando roxo de vergonha e não sabia onde enfiar a cara. Tirando isso, nada demais. Eles riram e deram graças à Deus que eu disse aquilo na frente deles, e não em frente a algum fanático por Gandhi.


Bem, por fim devo dizer que Mumbai não é uma cidade muito turística, é um centro comercial da Índia e uma cidade muito grande. Fica no litoral oeste, frente ao Mar Arábico, com uma praia bastante suja, apesar de possuir um pôr-do-sol magnífico, daqueles de deixar o mar inteiro bastante alaranjado. As baladas são caras, e os meninos indianos dizem que, uma vez que as garotas são muito difíceis, entre ir a uma balada cara e não ficar com ninguém e reunir a galera só pra beber, eles preferem beber em casa, gastar menos, e dar bastante risada. Por mais que a cidade tenha 14 milhões de habitantes, ainda possui uma cultura bastante conservadora perante a sociedade. A vida ali é muito agitada, a cidade é uma loucura, muito cheia, mas ainda carente de certas regalias ocidentais, como a possibilidade de comprar álcool em supermercados, restaurantes 24 horas, festas baratas, entre outros. Por outro lado, a comida na rua é muito boa, barata e é possível encontrar eletrônicos e roupas a preços bastante baixos.


Depois de alguns dias em Mumbai, a galera me deixou no aeroporto e eu finalmente tomei meu rumo para Colombo. Alguns probleminhas na imigração, tentativa de arrancar dinheiro por um policial dentro do aeroporto, mas no fim tudo correu bem. Quase mandei o policial à merda, mas ser preso na Índia por desacato a autoridade e ser deportado pro Brasil não tava muito bem nos meus planos. Então despachei o policial e tomei meu rumo.


Quanto a Nova Delhi, Goa e outras cidades indianas, vai ficar pra um próximo fim de semana na Índia. Por enquanto, é isso galera! Assim que puder conto como foi a chegada no Sri Lanka, recepção e como esse país também é uma doidera! Grande abraço a todos e boa noite, porque amanhã o dia vai ser cheio!